Tubulação pronta há três anos segue sem uso por falta de liberação
O superintendente da SAE (Superintendência Municipal de Água e Esgoto) de Catalão, Rogério Pires, afirmou ao Blog do Badiinho que a obra de esgoto no Pontal Norte continua parada há mais de três anos. O motivo, segundo ele, é a ausência de liberação da Ecovias Minas Goiás para agem da rede sob a BR-050.
Apesar de 30% do bairro já contar com tubulação instalada, a rede ainda não pode ser utilizada. Isso porque falta a conexão com a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). “Já solicitamos a liberação desde 2021. Como a concessionária não respondeu, agora entramos na Justiça para garantir esse direito”, declarou.
População continua usando fossas por falta de rede ativa
De acordo com Rogério, centenas de famílias ainda dependem de fossas sépticas por causa do atraso. Se a rede estivesse em operação, muitas casas já estariam ligadas diretamente à estação de tratamento.
Além disso, o restante do bairro ainda precisa receber a rede de esgoto. No entanto, enquanto a liberação não ocorre, o serviço não pode avançar. “Sem essa agem, não conseguimos nem iniciar os 70% restantes”, afirmou.
Sistema de abastecimento de água também pode ser afetado
Outro ponto crítico envolve o sistema de abastecimento de água. A prefeitura pretende construir, no segundo semestre, um “linhão” — estrutura que levará água tratada da ETA até o Pontal Norte, Castelo Branco e Adjacências. No entanto, essa obra depende do mesmo trecho interditado pela concessionária.
Segundo o superintendente, a SAE já prevê esse problema e tenta resolvê-lo com antecedência. “Precisamos da liberação com urgência, pois essa obra é essencial para o futuro do bairro”, explicou.
Complexidade técnica exige mais de três anos de obra
Mesmo que a autorização saia ainda neste ano, Rogério estima que a conclusão total da rede de esgoto levará pelo menos três anos. Isso porque, além da tubulação, será necessária a construção de uma estação elevatória.
“Essa estrutura vai bombear todo o esgoto do bairro até a rede principal. Só depois poderemos garantir 100% de cobertura”, completou.
Falta de diálogo agrava situação, diz superintendente
Durante a entrevista, Rogério também criticou a postura da Ecovias Minas Goiás. Ele explicou que houve alterações no projeto de duplicação da BR-050 sem aviso prévio à prefeitura ou à SAE. Para ele, a concessionária deveria agir com mais sensibilidade.
“A duplicação é importante, claro. Mas não pode ignorar as necessidades da cidade. É preciso diálogo entre os responsáveis pelas obras e os gestores municipais”, reforçou.
Região tem mais de 40 mil moradores impactados
Os bairros afetados pelo ime — como Pontal Norte, Jardim Planalto e Castelo Branco — somam mais de 40 mil habitantes. Por isso, o superintendente defende que o bem-estar dessas famílias deve estar em primeiro lugar.
“Estamos falando de uma cidade dentro de Catalão. Essas pessoas precisam de respeito, dignidade e infraestrutura básica”, finalizou.
SAE mantém canal aberto com a população
Por fim, Rogério reforçou que a SAE está à disposição dos moradores. Qualquer dúvida, reclamação ou sugestão pode ser encaminhada diretamente ao órgão.
Ouça a entrevista abaixo:
