A promotora Adriana Marques Thiago, da 18ª Promotoria de Justiça de Anápolis, solicitou nesta segunda-feira (2) o envio de autos ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). O pedido tem como objetivo analisar o possível envolvimento do prefeito Márcio Corrêa (PL) com um grupo investigado por crimes como difamação, injúria, perseguição (stalking), falsa identidade e associação criminosa. A investigação faz parte da Operação Máscara Digital.
Por isso, a promotora requereu que os documentos sejam remetidos à Presidência do TJ-GO. A partir daí, caberá ao Procurador-Geral de Justiça decidir se dará continuidade às investigações ou se apresentará denúncia formal contra o prefeito.
Segundo a representante do Ministério Público, existem indícios claros de participação de Márcio Corrêa nas ações do grupo. Entre os elementos reunidos, destaca-se a presença do prefeito em um grupo de WhatsApp chamado “Café com Pimenta”. Também participam dessa conversa os investigados Luís Gustavo e Denilson Boaventura.
Além disso, uma das mensagens atribuídas a Márcio Corrêa chama a atenção. Nela, o prefeito teria dito: “bora soltar essa no Anápolis na roda 3”. Para a promotora, esse tipo de conteúdo pode indicar instigação ou direcionamento das postagens feitas por perfis anônimos utilizados pelo grupo.
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Vereadores reagem e organizam audiência pública
Enquanto isso, um grupo de vereadores de Anápolis se articula para acompanhar de perto o caso. Nesta terça-feira (3), eles irão à Corregedoria-Geral de Justiça do TJ-GO para tratar do assunto. Muitos deles, inclusive, estão entre as vítimas dos ataques praticados pelos investigados.
Além da visita ao TJ, os parlamentares também organizam uma audiência pública na noite do mesmo dia. O evento permitirá que vítimas relatem os ataques sofridos e compartilhem como foram afetadas pelas publicações ofensivas. Esses ataques atingiram diversas figuras públicas, como políticos, empresários, influenciadores digitais e líderes religiosos.
Com isso, os vereadores esperam que novos depoimentos tragam à tona informações relevantes, fortalecendo ainda mais as investigações. Eles acreditam que o aprofundamento do caso poderá revelar outros envolvidos e ampliar o entendimento sobre as práticas criminosas do grupo.
Até o momento, nem o prefeito Márcio Corrêa, nem os outros investigados se pronunciaram. O espaço segue aberto para manifestações.